sábado, 1 de novembro de 2008

Meus dois Borges

Depois de muito tempo pensando se eu deveria co-habitar ou não com um outro animal, decidi, há alguns meses atrás, por um gato. Influências do Sr. Schmitt, que encontrou o gato em questão "perdido" num petshop na Uruguaiana.
O felino recebeu o honroso nome de Borges e deve ter herdado junto com o nome o temperamento do velho escritor portenho cego. Por falar em nomes, outro dia, no petshop, com o felino no colo, uma senhora se aproxima e diz: "Que lindo! Como se chama?" Respondo: "Borges". Réplica: "Borges, mas isso é sobrenome! Quem coloca um nome desses num gato?". Tréplica falada: "Eu mesmo." Tréplica pensada: "Cale a boca, sua vaca ignorante". Enfim... Não é qualquer um que pode conviver com um gato poeta.



El suicida

No quedará en la noche una estrella
No quedará la noche
Moriré y conmigo la suma
Del intolerable universo.
Borraré las pirámides, las medallas,
Los continentes y las caras.
Borraré la acumulación del pasado.
Haré polvo la historia, polvo el polvo.
Estoy mirando el último poniente.
Oigo el último pájaro.
Lego la nada a nadie.

Jorge Luis Borges
"La rosa profunda". In: _____ Obras completas.
1975-1985. Vol.2. Buenos Aires: Emecé, 1989, p.86.

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