terça-feira, 25 de novembro de 2008

Matrix, mirtilos & beijos roubados


Escrevendo em um cyber na galeria dos antiquários. Quarenta e oito horas sem computador dão a medida exata do novo paradigma da solidão humana. Se você não está conectado ao mundo virtual, você não existe. Matrix? Chove. Meus tríceps doem, mudou a série da academia. Parei no supermercado. Encontrei, surpreso, blueberries, que evocaram sonhos perdidos no tempo. Pareciam tão próximos e reais. Durou pouco. Também lembrei do filme, "My blueberry nights", aquele do beijo roubado, da espera e do retorno. Fico pensando em que fase estou - o beijo roubado, a espera ou o retorno. Melhor não pensar nisso. Melhor comer mais uns blueberries. Nem de longe são doces como os que se come no café-da-manhã em New York, mas são bons assim mesmo. Como pela lembrança, não pela doçura. Saudade filha-da-puta de alguém que não sei quem é, nem se existe, nem se é lugar, gente ou bicho. Criaturas imaginárias. Só resta um blueberry. Filho único. E agora? Guardo e deixo a realidade estregá-lo? Ou como e fico com a lembrança do que foi um dia? Tarde demais. Batalha perdida.

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