

I was a male war bride. I was a spy
so I married an axe murderer. I married Joan
I married a monster from outer space
I am guilty, I am the cheese, I am a fugitive from a chain gang
maybe I’ll come home in the spring. I’ll cry tomorrow
whose life is it anyway? it’s a wonderful life
I want to live. I want someone to eat cheese with
who am I this time? I am cuba. I am a sex addict
why was I born? why must I die? I could go on singing
I’ll sleep when I’m dead. I know who killed me
I was nineteen, I was a teenage werewolf, just kill me
kiss me, kill me. kill me later. kill me again
give me a sailor, if I had my way, I’d rather be rich
I wouldn’t be in your shoes. I wish I had wings
I wish I were in dixie (I passed for white) I was framed
I was a burlesque queen, I was a teenage zombie
I was an adventuress, I was a convict, I was a criminal
I did it, I killed that man, murder is my beat, I confess
D.A. Powell
(for David Trinidad)
Ando totalmente apaixonado por Matthea Harvey (http://www.nytimes.com/2008/02/17/books/review/Orr2-t.html) depois de ter lido esse poema há duas semanas atrás na New York:
THE STRAIGHTFORWARD MERMAID
The straightforward mermaid starts every sentence with “Look . . . ” This comes from being raised in a sea full of hooks. She wants to get points 1, 2, and 3 across, doesn’t want to disappear like a river into the ocean. When she’s feeling despairing, she goes to eddies at the mouth of the river and tries to comb the water apart with her fingers. The straightforward mermaid has already said to five sailors, “Look, I don’t think this is going to work,” before sinking like a sullen stone. She’s supposed to teach Rock Impersonation to the younger mermaids, but every beach field trip devolves into them trying to find shells to match their tail scales. They really love braiding. “Look,” says the straightforward mermaid. “Your high ponytails make you look like fountains, not rocks.” Sometimes she feels like a third gender—preferring primary colors to pastels, the radio to singing. At least she’s all mermaid: never gets tired of swimming, hates the thought of socks.
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INTRODUCTION TO DISEASE
by Matthea Harvey (in Sad Little Breathing Machine)
Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo
Hoje é o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto e que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem, mas eu nunca me esqueço
Por isso eu vou ficar mais um pouquinho
Para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho
Martelo o tempo preu ficar mais pianinho
com as coisas que eu gosto e que nunca são efêmeras
e que estão despetaladas, acabadas
Sempre pedem um tipo de recomeço
Vou ficar mais um pouquinho, eu vou
Vou ficar mais um pouquinho
para ver se acontece alguma nessa tarde de domingo
Vou ficar mais um pouquinho
para ver se eu aprendo alguma nessa parte do caminho
hoje eu olho as paredes
marcadas pelo arrastar dos móveis
e sinto sede.
sinto que sou uma girafa
preciso abaixar o pescoço
até o fundo do poço
para beber água fresca
contar com as válvulas
do meu pescoço
para não desmaiar
de tédio e calor
vejo o carpete encharcado
– porra, já falei, não deixa o carpete sob o ar condicionado
e lembro da girafa.
Não há graciosidade num bicho tão grande.
Língua tão grande.
Um palmo de língua para fora.
O tamanho da língua não garante
que falemos o mesmo idioma.
"You have to learn Portuguese, baby..."
Não implique com minhas cortinas pretas, please.
As cortinas pretas mantém o meu tédio do lado de fora.
As cortinas pretas isolam o mundo do meu mundo.
As cortinas pretas preservam o tênue fio poético que ainda há em mim.
- Lembra quando só havia Música?
Todas as angústias do mundo
cabiam em um dicionário de bolso.
para o poema uma história
triste o menino que espirrou
mais forte que deveria e caiu
no precipício ao entardecer
"Mary Poppins" (por Joao Daher)