sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Epílogo

Eu quis um dia como Schumann, compor
Um carnaval todo subjetivo:
Um carnaval em que o só motivo
Fosse o meu próprio ser interior

Quando o acabei - a diferença que havia!
O de Schumann é um poema cheio de amor,
E de frescura, e de mocidade...
E o meu tinha a morta mortacor
Da senilidade e da amargura...
O meu carnaval sem nenhuma alegria!...

Manuel Bandeira, 1919
(Carnaval, in Estrela da Vida Inteira, Ed. Nova Fronteira, 1993)

Manuel Bandeira por
Demétrio Alburqueque Silva Filho

Um comentário:

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Pós dia da Poesia...leitura obrigatória (apesar de eu ser contra leituras obrigatórias!!!) abraço