Mostrando postagens com marcador ciência. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ciência. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Motivo da Viagem...


Washington, DC - 06/16/2009 — The Pew Charitable Trusts announced today that Dr. João Monteiro was selected as a 2009 Pew Latin American Fellow in the Biomedical Sciences. Awards this year were given to 10 postdoctoral level scientists who display outstanding promise in research relevant to the advancement of human health.
.
“Pew’s Latin American Fellows Program gives promising young scientists the opportunity to further their knowledge, and encourages scientific collaboration between researchers in the United States and Latin America,” says Shelley A. Hearne, managing director of the Pew Health Group. “We are honored to invest in these great minds, and to provide financial and professional support for their work to advance human health.”
.
João Monteiro, M.D., Ph.D., earned his medical degree and his doctorate in immunology from the Federal University of Rio de Janeiro in Brazil. He will work with Dr. Ronald N. Germain, Deputy Chief of the Laboratory of Immunology of the National Institute of Allergy and Infectious Diseases/NIH.
.
Dr. Monteiro plans to investigate the mechanism by which specialized T-cells of the immune system have “memory” or the capacity to respond faster and better to a foreign challenge than a naive cell. Using advanced imaging methods and fluorescent markers in in vivo mouse model, he will try to gain insight into how memory T cells respond to a foreign challenge, whether it is faster, more sensitive or earlier, in comparison to naive cells in the unique environment of the lymph nodes. This work will contribute to our understanding of immunological memory and will advance the progress towards using immunotherapy tools to combat human disease.
.
The Latin American Fellows Program is one of The Pew Charitable Trusts’ two long-standing commitments in this field, which also includes the Pew Scholars in the Biomedical Sciences. The Fellows program was launched in 1991 to help develop a community of highly-trained scientists to stimulate and contribute to the growth of important biomedical research and foster collaboration among scientists in Latin America and the U.S.
.
Since 1991, Pew has invested over $14 million to fund more than 175 fellows, close to 80 percent of who have returned to their home countries. Applicants from all Central and South American countries are invited to apply to the program, and selection is made by a distinguished national advisory committee, chaired by Dr. Torsten N. Wiesel, president emeritus of Rockefeller University and a 1981 Nobel laureate in physiology or medicine.
.
Complete information about the The 2009 Pew Latin American Fellows in the Biomedical Sciences at

domingo, 7 de dezembro de 2008

Céticos ou Crentes?

"Cépticos como os cépticos, crente como os crentes. A metade que avança é crente, a metade que confirma é céptica.
Mas o cientista perfeito é também jardineiro: acredita que a beleza é conhecimento."

Gonçalo M. Tavares
(in Breves Notas sobre Ciência, Ed. Relógio d'Água, 2006)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Consertos


Ontem, voltando de São Paulo, pensei em escrever sobre as nuvens, mar de nuvens num céu azul límpido, calmo, tranqüilo, descortinando a grandeza do infinito. Desisti. Esse foi o céu da ida. O céu da volta era cinzento e nebuloso. Turbulências. Eu sempre me pergunto qual a razão do meu trabalho. O porquê de eu fazer o que faço e se isso tem algum propósito (ou se deve ter um propósito). Após quase sete anos embrenhado na difícil seara da Ciência, após muito trabalho, alguns artigos publicados e um doutorado quase terminado, volto a me perguntar: por que eu faço o que faço?

Sempre ouvi, desde o primeiro dia de trabalho, sobre a minha capacidade, inteligência e perspicácia. E sobre como eu deveria (ou deverei) contribuir para mudar o mundo. Eu sempre duvidei disso. Continuo duvidando. Enfim... O que ninguém nunca me explicou direito é como eu vou fazer isso.

É notório que Ciência não é prioridade nesse país. Todo mundo sabe disso. E a despeito das coisas terem melhorado um pouquinho, o futuro é negro. Gente muito mais experiente e capaz que eu também já disse isso. Eu vejo todo dia as pessoas defendendo suas teses, completando suas formações, buscando um grau de aperfeiçoamento cada vez maior, para no fim, tornarem-se desempregadas. Vocações "desperdiçadas" em nome da sobrevivência. Porque, a despeito do amor pela Ciência, cientista precisa comer, pagas contas, aluguel, supermercado, eventualmente o cinema, ir ao teatro, comprar livros... Às vezes, eu acho que as pessoas esquecem disso.

O motivo desse discurso todo é que ontem fiz uma entrevista. Para uma bolsa internacional que financiaria meu pós-doutorado no exterior, caso eu a conseguisse. No meio da entrevista, fui inquirido a convencer meus entrevistadores de que após concluir este pós-doutorado, eu retornaria ao Brasil. Eu, contrariando todo o bom-senso que se esperaria numa situação como esta, respondi que o Brasil é que deveria me convencer a voltar. Não é preciso dizer que essa resposta reduziu significantemente minhas chances de conseguir essa bolsa. Por outro lado, uma questão surgiu na minha cabeça: o que o Brasil espera de mim? Acredito que a resposta que esperavam de mim é que eu voltaria ao Brasil independente de qualquer coisa, com emprego, sem emprego, com ou sem condições de trabalho dignas, com ou sem perspectivas de um futuro produtivo na Ciência, etc. Promessas. Queriam ouvir promessas de amor eterno, ufanismos, idealismos, que, I'm sorry (a entrevista era em Inglês), eu não pude prometer. Recusei-me a prometer, a mentir, a dizer o que eu não penso, e sinceramente não me arrependi e não tentei "consertar" a situação. Cansei de compactuar com a maluquice alheia. Bastam as minhas.

O que vai acontecer depois disso eu não sei. O que sei é que, pelo menos, hoje eu me sinto livre.