Maio chegou e mandou o verão definitivamente embora. Começou com uma chuvinha e terminou em temporal. Só da janela para fora. Do lado de dentro o clima continuava quente e inspirado por muita poesia. Pela porta entraram um gato e alguns poetas. Drummond e sua Poesia Completa (finalmente achei), Ana C., A teus pés, e Guardar, do Antonio Cícero. Até voltei a arriscar uns poemas... O mês seguiu entre encontros e desencontros. Na expectativa da escrita de uma tese de doutorado que não saía (ou do encontro que não ocorria), passei pelo Baratos e achei Cartas de Perto do Coração, correspondência entre Clarice e Fernando Sabino. Alguns contos, Trocando em Miúdos, inspirados por canções do Chico, e Clarice, Felicidade Clandestina e os Laços de Família. No meio do mês, já desesperado porque a tese recusava-se a passar para o papel, cansei dos contos e dos poemas. Saí em busca de um romance. Mas eles andam escassos no mercado e acabei voltando de mãos vazias. Resolvi seguir meu próprio romance, com direito a cenas tórridas e marcas no pescoço. Última semana de maio. Intervalo nas leituras porque agora vai. E foi. Cinco dias depois, minha filha nasceu. Antes que o mês acabasse, resolvi trocar de passaporte. Cinco minutos na Travessa do Leblon e o Noll e o Bolaño invadiram minha bolsa. Acabei Lorde ontem (adorei!), mas ainda não deu prá começar Noturno Chileno. Agora que tenho certeza que estou indo passar um tempo fora do país, quando compro um livro sempre penso: vai dar prá levar? Respondo sempre que já tem coisa demais que não dá para levar. Os livros vão. Ponto. E viva a bagagem extra.
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