domingo, 1 de fevereiro de 2009

Lua Nova

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Meu novo quarto
Virado para o nascente:
Meu quarto, de novo a cavaleiro de entrada da barra.
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Depois de dez anos de pátio
Volto a tomar conhecimento da aurora.
Volto a banhar meus olhos no mênstruo incruento das madrugadas.
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Todas as manhãs o aeroporto de frente me dá lições de partir.
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Hei de aprender com ele
A partir de uma vez
- Sem medo,
Sem remorso,
Sem saudade.

Não pensem que estou aguardando a lua cheia
- Esse sol da demência
Vaga e noctâmbula
O que mais eu quero,
O de que preciso
É de lua nova.
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Manuel Bandeira
(Rio de Janeiro, 1953)
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