segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Há 110 anos atrás...

... nascia Borges. Abrindo ao acaso saiu o poema que transcrevo abaixo.

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meus livros
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Meus livros (que não sabem que eu existo)
São tão parte de mim como este rosto
De fontes grises e de grises olhos
Que inultimente busco nos cristais
E que com a mão côncava percorro.
Não sem alguma lógica amargura
Penso que as palavras são essenciais
Que me expressam se encontram nessas folhas
Que não sabem quem sou eu, não nas que escrevi.
Melhor assim. As vozes dos mortos
Vão me dizer para sempre.

Jorge Luís Borges
(A Rosa Profunda, in Borges - Poesia. Ed. Cia das Letras. Tradução Josely Vianna Baptista.

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